10.4.11

A Carta-decreto dos dezessete

Aos dezessete, quando eu parti, já era uma pedra pronta.. bruta ainda, mas essencialmente pronta. Aos dezessete, ao partir, fui presenteada com uma carta que resta, ainda e sempre, a minha melhor descrição. Aos dezessete, precisei estar perdida para depois me reecontrar (sempre com alguma mutação, também pudera.. a gente evolui).

Hoje, qualquer perda parcial é prerrogativa para ler novamente a carta.

"Então... Para dizer alguma coisa... Estou eu, aqui, praticamente sem palavras, numa dessas ´tardes quentes de plantão´ no Dinas. Mas, sem palavras, também nos encontramos, de diferentes maneiras, com diferentes afinidades.
Também tenho desses seus silêncios cúmplices. Também não digo se não quero, não vejo para não sofrer; para brigar conosco tem que ser insistente.
Foram muitas cenas, amiga, ... Também sumo por uns tempos, feito você, não sorrio sem motivos, não me justifico se não vale a pena. E é assim que transitamos pela vida. Não gostamos de tantas críticas, mas também não suplicamos o elogio. Desejamos assim, de graça, o que a naturalidade da vida tem para nos presentear: ao contrário do comodismo conformista, uma maturidade tranquila e (im)prudente que briga todos os dias com a ansiedade para poder existir.
Tanta identificação e carinho, P. Obrigado por essa companhia e esses abraços bobos que nos fazem rir quando nos vemos. Saudades sempre.
Com amor e carinho.
Do seu amigo,
Marcos Menezes (Baiano)"

2 comentários:

Anônimo disse...

tenho dito desde a minha primeira aula de redação: o baiano é inexplicavelmente unico. e quem sou eu pra contestar as palavras verdadeiras dele?

Mariana disse...

Ah, muito obrigado pelo comentário lá no meu blog! :) Gostei mesmo, até de Weber tu falou, adorei! ;D E sim, tudo o que tu disse lá tem haver com o que vc comentou.. (:

"Desejamos assim, de graça, o que a naturalidade da vida tem para nos presentear: ao contrário do comodismo conformista, uma maturidade tranquila e (im)prudente que briga todos os dias com a ansiedade para poder existir." - acho que essa parte da 'carta' diz muito dos dilemas que a gente passa quando mudamos de vida, quando precisamos de fato passar por tudo "sozinha". :)

Gostei bastante do teu blog, tb. ;*