15.11.08

Silêncio tem som de sirene

É noite.Ela se encontra só na sua cama,no escuro.A cidade dorme.Ele,mudo e poderoso,vem invadí-la.Para depois arrastá-la ao encontro do qual ela tanto foge: aquele com ela mesma.

Não há silêncio pleno.Tampouco há plenitude.Ambos só se encontram na morte,pensou ela.Assim,quando estamos sós,conosco,viemos a nos escutar,a escutar perfeitamente nossos pensamentos,medos,receios,desejos ardentes,raivas e planos.Que como um alarme às cinco e meia da matina vem nos acordar feito tapa na cara e nos levar ao dia,à realidade,à lucidez em seu estado mais primário.Um alarme estridente,denunciante. - Silêncio..silêncio tem som de sirene.E, "alarmante" ele é para nossa condição de seres que vivem,seres que pensam,seres que sentem.

Descobrimos que os demônios não vivem do lado de lá,eles se enterram profundamente onde podem se esconder e é nesses silêncios noturnos é que eles saem e aparecem para nos assombrar.Dentro de um cofre ou no fundo do oceano,imersos no líquido mãe,ainda nos sentiremos vulneráveis."Todos nós temos cicatrizes,mas nós não gostamos de mostrá-las",nem de vê-las.

De medos e cansaços,ela depois endormeçe.
E acorda,vai viver de novo o dia e a noite.

7.10.08

L´étranger est plutôt pour moi quelqun qui enrichit ma personnalité et ma culture..


Nota prévia: este pequenino ( hãn, hãn?) texto que aqui segue foi minha resposta ( a qual eu demorei duas horas para escrever e traduzir) à um exercício do " cour de philosophie".Coincidentemente a pergunta era sobre a influência do(s) estrangeiro(s) sobre nós.O professor sorriu discretamente e nada mais disse.

... parce que le contact avec des autres nouvelles cultures permet plusieurs reactions, comme la récusation, l´acceptation et même l´identification.C´est à travers de telle identification ( ou non) que nous, êtres humains,decouvrons et construisons notre personalité,nos goûts,notre culture,notre conaissance et notre vision du monde.Le contraire ne nous permettrait jamais de se développer.
Comme argument , je prends ma propre experience d´être ici comme une élève étrangère et devant un monde, un peuple et une culture qui me sont étrangères.À vivre avec differents habitudes,avec une differente famille,à parler une differente langue, à étudier dans un different Lycée et dans un different pays; mais, plus qu´un voyage à l´étranger, c´est LE voyage à travers moi même, un voyage d´introspection.

4.9.08

As histórias se repetem, mudam os cenários

Não importa em que país estejamos, é sempre a mesma coisa.O imo de todo ser humano,no final das contas, é igual.
Nascemos,crescemos,falamos,obrservamos,reconhecemos- primeiro à nossos pais-depois aos entes, aos próximos,amigos e por aí vai.Rotina.Na mesa do jantar, as mesmas besteiras, as mesmas brincadeiras, os mesmos assntos.Aula.Colégio.Grupos formados, ares (des)cansados.Conversinhas,risinhos.Indiferença, salvo alguns sim, aí e aqui - abençoados sejam!!Laços à apertar, laços à dar.Beijos e abraços que sonho que saudo, dos quais me falto.
No final das contas, o ser humano é o mesmo.Quer é reconhecimento ( carinho, atenção,interesse alheio), amar e ser amado.

18.8.08

O verdadeiro amor da minha vida ( até agora,pelo menos)

Meu amor, venho por meio desta declarar-me a você, grande e perpétuo amor de minha existência.Bem sei que você já teve muitas (não duvido que muitos também)-o que de forma alguma faça considerar-te promíscuo,não..- eu sei que você despretenciosamente desperta as mais quentes e arrebatedoras paixões, e que eu ,provavelmente só sou " mais uma", mas não me importo, me contento com o posto de amante- a que me foi reservado desde o nascimento.Prometo exercê-lo por inteira e a você,amor, eu me entrego sem hesitar... de corpo alma e mente.Me perco e me encontro em seu visual,na vida nunca encontrei tanta beleza distinta reunida.O calor dos seus beijos se espalha pelos pêlos,boca e cabelos, me doura a pele ao leo,me ilumina o colo,os seios,as pernas.Já seus abraços se arrebentam no meu corpo e me arrebatam, me refrescam enquanto mergulho numa calmeria e paz interior em nenhum outro lugar antes sentidas.
Mas não são só suas qualidades físicas que me encantam, meu amor.Não,não-..seria demasiadamente supérfulo de minha parte, além do quê - beleza, muitos outros tem.Você..ai,você. Você tem um quê de charme ao falar,ao andar,ao SER.Você amor, é a personificação em pessoa.Você tem o que dizer,o que cantar, você (nos) dá sobre o quê cantar.Você tem aonde ir e o quê fazer.Sabe o que é o lazer,o prazer..você.
Acima de tudo, meu amor.Tens valores e és livre de maiores preconceitos, muito embora hospede-os em casa.Por você, o milionário da Av. Viera Souto e o vendedor de balas,morador do morro do Pavãozinho podem se sentar um ao lado do outro e desfrutar das mesmas coisas, porque sim, você faz o sol nascer pra todos!Nesse ponto amor, você é tão democrático!És democrático com globais e com los outros, és democrático com os corpos!
Perdão amor, se essa declaração não está à sua altura, nem comparável com aquelas que estás acostumado a receber.É que sempre irá faltar algo para que eu,por todo, venha a te conhecer.
Te amo, meu Rio de Janeiro.

19.7.08

Ser achado

Oi?Tem alguém aí?! Se tiver,por favor, me ache.Preciso desperadamente ser achada.Eu imploro,suplico!Estou chamando parece tanto tempo!Desessete anos... é tempo o suficiente para mim e ainda assim, tão pouco.Perguntam-me: " porque a pressa".Confesso que estou com pressa sim, tenho pressa.É pressa em viver, pressa em ser feliz, sem saber que às vezes já o sou tão simplóriamente, assim..sendo.O quê não sei bem,mas a pressa arde em mim como um desejo antigo, vindo do imo do meu ser e sei ( como quem sente um instinto natural do ser, sem saber explicar porquê), que o que me falta é ser achada.
Sim, " ser achada" .Pois eu, eu já me acho ( "modéstia a parte").Me acho tanto ( é tanto e em tanto que chego a me perder).Me acho em tantas coisas. Me acho nas pessoas,tantos lugares,tantas cores,sons,cheiros..palavras ( aí me perco, e como me perco!).Me encontro.Me desencontro.Passam-se anos,meses,dias,horas, segundos..aí me encontro de novo.Anseio O Encontro.Pessoal, com Ele, " aquele". Mas, ainda mais,o profissional.Me acho e me perco jornalista,advogada,executiva,economista,ecritora,cineasta...A questão é que não basta eu ter me achado ( eu não valho nada), preciso que me achem, alguém, Alguém certo, em um universo paralelo, há de me encontrar e ver em mim aquilo que é preciso ser visto para eu me transformar de achado em acontecido.É..' tô ' precisando acontecer...
Quantos talentos no mundo não foram achados e estão por aí, definhando em repartições públicas ou insatisfeitos com o emprego e vida medíocre que levam.E não porque não eram bons o suficientes, mas porque não foram achados nem " se acharam" a princípio.Tiveram medo?Tiveram medo como eu tenho?Chamaram por alguém como chamo agora?
A priori, um deve se achar para aí sim, depois, ser achado.Abençoado , apadrinhado.Mas jamais sem ter o talento!Às vezes me vejo perdida, vejam agora: fujo.Fujo para me encontar, faz algum sentido para vocês?Vou me procurar.Vou me procurar nos outros.Vou me procurar rebenta no mundo.Quem sabe eu não me acho, não me encontro?Quem sabe, quem acha que é recíproco? Tomara..( Só o tempo achará, pena que estou sempre fora dele,ora me adianto, como agora, ora me atraso).

3.7.08

3 X 1

Não, isto não é mais apenas um discurso sobre " o que vale é jogar, os resultados são secundários".Sim,você e eu bem sabemos que no fundo,no fundo, por mais que a gente olhe para outro lado, o que vêem são os resultados e pouco nos importa o que repetimos para nós mesmos, nós nos importamos sim com aquilo que o outro vê.Estou mentindo?Se estiver por favor, atirem pedras ou parem de ler.
Todavia, é preciso aprender a perder e não tão somente ver os resultados.Está bem, meu time perdeu,isso é tão verossímel quanto a inesistência do papai noel e do coelhinho da páscoa, ha ha ha !Acontece que eu , nem quando menina - graças ao favor que minha irmã me fez ao me revelar umas boas verdades - nunca acreditei em nehum dos dois.Porquê então eu devo aceitar que sou uma derrotada.Ao digitar ( e pronunciar mentalmente essa palavra), ela ecoa na minha cabeça como um sino torturante e ganha uma dimensão muito maior que uma mera partida de futebol: eu não sei perder.
É isso mesmo que vocês leram, paspalhos!Eu não lido bem com derrota, não consigo perder, não sou tão bem resolvida quanto pareço, nem levo " na esportiva"!E, ironicamente, quem " perde" com isso sou apenas eu.A questão é que é tudo muito novo pra mim, não estou acostumada com perdas.As notas sempre foram boas, a grande maioria das coisas que quis na vida ou me foram dadas ou eu consegui...desde papeis teatrais a concursos de redação."Chegar no topo( seja qual for o seu topo) , é relativamente fácil, difícil é se manter lá".Confesso que é tudo muito recente: nunca perdi alguém próximo,agora que estou perdendo minha infância ( ou que a ficha está caíndo) -e mesmo assim, há momentos em que me recuso a sair dela, já vou perder os melhores anos da minha vida,perder o conforto da vida,perder a formatura,perder os contatos ( a exceção dos verdadeiros laços),..ops, tô perdendo tempo, gastando meu latim,queimando meus neurônios...ahhhhhhhhh!
Acorde ,garota! - Frases feitas às vezes êm grande efeito: "Toda escolha é uma renúncia", " Para ganhar é preciso aprender a perder" e " A vida é uma grande perda". O que eu tenho a fazer? Lhes respondo: comemorar e correr pro abraço.

24.6.08




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Já que fui impedida de assistir à segunda aula...saí para ver Goiânia.Lentes (já) nostálgicas.

18.6.08

Singela

Domingo. 07:47:48 , 07:47:53 , 07:47:57 , 07:48 .Gostava era de levantar cedo, mas custava à ela abrir os olhos.Sofria de insônia.Não se queixava - era à noite que melhor se sentia, fosse por estar só ,podendo concentrar-se melhor nos seus negócios, fosse por estar dormindo ou então, com muito, muito sono que esquecia as dores da vida e os problemas mundanos.Quando emfim conseguia dormir,sonhava com certa constância.Talvez fossem esses sonhos que a faziam se sentir tão bem,esquecer o mundo dos muitos,vivendo apenas para (e no ) seu.Efim abriu os olhos. Suspirou,hesitou, mas sua gritante responsabilidade que a acompanhava desde menina a fez levantar.Sentou-se na cama.Lembrou então que era domingo, tarde demais:uma vez acordada impossível salvar o sono.Pôs os pés no chão de tábua corrida.Seus delicados dedos femeninos, com as unhas pintadas de vermelho escarlate ( era vaidosa - e óbvia quando queria ser), encolheram: estava frio.Calçou as havaianas brancas e arrumou a alça da camisola azul marinho que caíra de seu ombro bronzeado e sardento. Prendeu num despojado rabo-de-cavalo os compridos e largos cachos cor de avelã.Vestiu o moletom velho do pai do qual tanto gostava ( aliás, gostava de tudo que fosse velho e tivesse história) e caminhou até o banheiro.Leu as letras garrafais: UYN - por um instantes sentiu confusa: ..verdade, espelhos refletem o inverso das coisas.(O pai, um homem de sorte, mas mais de competência do que sorte... havia cursado administraçao - só que não aprendera que impossível era administrar a própria filha,ou qualquer pessoa que fosse por tal causa..)Gostava de espelhos-tinha um ego enorme, embora aprendera a sufocá-lo muito bem em público.Observou-se : "estou gorda",pensou. - Mulheres... Aproximou-se mais: os olhos azul-cinza estava contornados por imensas olheiras ... desisviou o olhar: o que não via não a atingia.Escovou os dentes e pulou de novo na cama.

Sabia que os pais, o irmão a a avó iriam sair cedo e só voltar na hora do almoço, mas queria garantir silêncio exclusivo , então sentou-se imóvel em seu leito e leu até às 08:30.Como gostava de ficar sozinha!De sentir o silêncio na casa,de se ouvir pensando!De chegar a achar que fazia parte do espaço como um objeto de decoração ou uma planta.De conseguir passar mais de 12 horas seguidas sem profanar uma palavra ou som sequer.Era seu ritual secreto e sagrado,seu ritual singelo.

08: 43 . - Já podia sair da toca, aliás,havia-se perdido com Clarice ( ou Seria Alice, "através do espelho")...Abriu a porta .De súbito excitou-se como se o que estivesse fazendo fosse proibido,ou feio ou errado - mas há muito perdera véu da culpa.E no fundo sabia que não há nada de errado em querer um tempo para si.Andou na ponta dos pés - embora fosse absolutamente desnecessário já que não tinha ninguém em casa a não ser o cachorro e as plantas - gostava em particular da companhia desse.Tinha olhos,obviamente, os quais lhe transmitiam impressões de confiança e compreensão , ao passo que não despejava em seus ouvidos mundos de conselhos e caminhos que tanto estava cansada de ouvir.Não é que não gostasse da família, de pessoas.. pelo contrário, a vida toda fora muito comunicativa e sempre deu muito valor ao lar e ao clã.Vozes,timbres,pensamentos desordenados, esses sim , a consumiam.

Gostava de dar tempo ao tempo.De realizar os atos mais instintivos como se estivesse os encenando impecavelmente para um expectador (do)invisível - fosse Ele quem fosse.(Domingo é, universalmente, dia disso).Sentiu fome e sentiu alegria por sentir fome.É que a fome que sentiu naquele instante não é aquela dos meninos de rua, não; é uma fome entre uma refeição e outra e não há receio em senti-la, pois sabe-se que será breve- felizes são aqueles que a sentem! (Há um quê de feio nessa fome,pensava ela, mas não se sentiu culpada).Há muito não sentia fome de fato. Comer tornara-se um ato meramente mecânico,pura subsitência na Terra.Queria sentir novamente prazer em comer.Degustar o que ingeria.Gostar daquilo,pois aquilo logo seria parte dela e devemos gostar de nós, não?!Queria gostar de si, como os pais gostavem, como os olhos de homens,almas simpatizantes,amigas e amigos gostavam,como Deus supostamente gostava.

Decidiu,como quem dá um veredicto, comer uma tangerina. Para ela não havia melhor fruta que não uma tangerina,doce e azeda,suculenta-capaz de alimentar e matar a sede.Cereais, que a lembravam muito da infância e de uma querida amiga,qualhada e café amargo,bastante amargo.Juntou tudo e sentou-se na mesa de praia da sacada com a enorme vista panorâmica ( embora não houvesse praia nenhuma ali perto - o que às vezes a aborrecia, por acreditar que enxergar a linha do horizonte no oceano,diferentemente de em uma paisagem terrestre, dava-lhe maior sensação de liberdade,proximidade com o restante do mundo e portanto, mais " pertencente" a ele - bobagens..).Cruzou as pernas e mastigou,lentamente... a observar o descanso dominical dos transuentes,passantes e seres da Terra... lá de cima de sua torre.

10.6.08

Eu ostra

Sou ostra ou sou mar,
Neste meu despertar?
Feita Ninho familiar,sonhos e vontades;
Realizaões e saudades.
De palavras de poetas,abraços de amigos,
Destinos sortidos e muitos sorrisos.
Sou feita muitas línguas,muitos lugares,muitas pessoas.
De não muito tempo.
De asas e chão.
Sou também meu irmão.
Feita de lágrimas,ora azedas,ora meladas.
( Repentinas, Necessárias)
Sou filha do meio, sou filha do mundo.
Sou não e sim e não.
Sou reinvenção.
Corpo,alma e mente.
Cabeça dura, cabeça feita(?)
O novo sempre me deleita,
Serei,pois,o verbo amar.
E neste momento, prefiro ser mar.

28.5.08

Receita de Homem

Os muito franzinos que me perdoem, mas beleza ( no seu sentido mais amplo)somada a virilidade é fundamental( e, por favor, não me refiro à opções sexuais, falo aqui de presença,de atitude).

É preciso que haja qualquer coisa de folhas em tudo isso, qualquer coisa de sons, qualquer coisa de ´bonne posture´em tudo isso,( ou então que o homem se comunique deliciosamente em gestos, como no velho continente.).

Não há meio termo possível, é preciso que tudo isso seja encantador.É preciso que súbito , tenha se a impressão de ver um leão sentado e que um rosto adquira de vez em quando essa expressão só encontrável nos primeiros meses de vida .

É preciso que tudo isso seja ( também)sem ser, mas que atraia e habite o imaginário femenino.É preciso , é absolutamente preciso que seja tudo bonito e improvável.

É preciso que umas pálpebras arregaladas, observedoras,remetam a um verso de Vinícius ;e que se sinta nos braços alguma coisa além dos músculos, que neles se encaixe como um escudo protetor.

Ah, deixai-me dizer vos que o homem que ali está como o pássaro ante a corola seja charmoso ou tenha pelo menos um rosto que lembre uma fundação.E que seja firme como um chão de terra,barro.Mas de um barro que como em estátua tenha dorso e olhos.Dorso é fundamental.Olhos então,nem se fala.Que olhem com uma sinceridade reluzente.Uma boca " ao ambiente" é também de extrema pertinência.

Se for preciso que as extremidades sejam magras, que os ossos que despontem sejam a mandíbula e os punhos - no enlaçar de " abraços " envolventes.

Que os ombros sejam de preferência largos, um homem sem ombros é como um rio sem pontes.
Indispensável que haja uma hipótese de musculatura aparente, - está certo.. uma barriguinha vale também- que em seguida,defina-se.

Que seu peitoral seja forte com uma expressão grega,mais que primata ou barroca; mas que seja macio como um travesseiro.
E que possa acomodar uma capacidade mínima de duas cabeças ( a da amada,sempre e mais ,e a da prole,caso haja).

Os membros que terminem como colunas - definitivamente com um certo volume nas batatas e pernas.

É aconselhável no corpo quantidade comum de pêlos, assim como no rosto ( barba por fazer,que roçe suavemente se tiver - no entanto causando arrepios) - o mínimo de cuidados pessoais!

Preferíveis sem dúvida os pescoços grossos, de forma que a cabeça dê por vezes a impresão de mexer como a de um animal forte,selvagem, em movimentos bruscos.E o homem não lembre árvores sem troncos.

Pés e mãos devem conter elementos feudais,romanos .E que nelas, nas mãos, haja o enciaxe perfeito para as curvas femeninas.

A pele deve ser (não áspera,mas normal - macias são as femeninas) à temperatura ambiente, fresca, nas mãos ,nos braços ,no dorso e na face e novamente fresca nas concavidades,podendo eventualmente apagar incêndios acidentais.

Os olhos, que sejam de preferência fundos.E que não tenham rotação tão lenta quanto à da Terra ( que sejam atentos,mas com discrição).E que tentem sempre ,incansavelmente,ultrapassar aquele `tal`invisível muro de paixão.

Que o homem seja em princípio alto, ou,caso baixo, que tenha a atiude mental dos altos píncaros ,(mas com a humildade de planaltos).

Ah-Que o homem dê sempre a segurança que mesmo ao fechar os olhos, `tudo bem`, ele estará lá.

Com seu sorriso e seus dilemas, que ele aja, não faça,reflita,não pense.

Sobretudo, que ele tenha a capacidade de calar-se....nos conssentindo toda a certeza.

Sobremodo que ele não perca nunca, não importa em que mundo, não importa em que circunstâncias a sua infinita vulnerablidade infantil, mas que tocado no imo do seu ser saiba tornar-se senhor soberano, sem perder seu charme de criança.

Que exale sempre o intransponível cheiro, e despeje sempre o revigorante exlir e cante sempre o sensível canto da SUA combustão.

E não deixe de ser nunca o eterno espectador do efêmero,
e em sua incalculável imperfeição , constitua a segunda coisa mais bela e mais perfeita de toda criação inumerável.

12.5.08

Medo da Vida

" Você tem medo da morte?" "Sim." -Responde um tal João.
Tem gente , tem gente é que tem medo é da vida - morrem em plena aurora.

2.5.08

Meu(s) caminho(s)

Hoje leram minha mão.É impressionante o que nossas mãos falam de nós. Bastou abri-la para que ela despejasse em frações de segundos ( aos olhos corretos de um amigo,os castanhos,serenos,pensantes olhos de um ‘amigo’,sim,pois os olhos de quem lê devem ser corretos para tal propósito) boa parte do meu “caminho”.
E os caminhos enrugados,rosados e úmidos de suor revelaram o seguinte:

Longevidade. Provavelmente irei viver muito. Devo portanto tratar da saúde no que diz respeito à problemas estomacais – tenho gastrite – e ao mesmo tempo tratar de controlar minhas enormes expectativas e ansiedades para com meus semelhantes,com os acontecimentos, com o mundo e comigo mesma.

Há um “triângulo” em minha mão e ele diz que terei sucesso em qualquer uma das “três”áreas.(Tomara!). O sucesso virá fora de casa e parto em breve. Persistência é a palavra. Líder nata(?).Nasci para mandar(?).Saberei administrar meus lucros – daí farei fortuna. Excelente retórica e poder argumentativo.

Mulheres de capricórnio não são fáceis. Extremamente teimosas e independentes. Elas assustam os meninos e procuram os homens. Precisam de proteção – daí touro,leão e escorpião. Mas se encantam mesmo é pelos arianos (ou aqueles com ascendência ariana), na mesma proporção com que se desencantam . A mão disse que 2007 foi um ano que me marcou(e 2008 também o será!!), ou melhor, me marcaram muito,( verdade!) e que, cursos foram interrompidos pela presença de terceiros, mas que não há rancor.

Casamento?Não tão cedo. Filhos?Ainda não se pode definir.

De mim, o ascendente, Sagitário, define o enorme magnetismo, tenho presença marcante aonde eu vá ( mesmo que não seja essa minha intenção), muito embora esse magnetismo não atraia somente admiração , mas coisas negativas como inveja e ciúmes.

Valorizo muito a amizade, mas devo tomar cuidado com pessoas do elemento Ar, corro o risco de ser traída.

Tenho virtudes, que talvez devesse tentar desenvolver,de médiuns. Saberei identificar más e boas energias e prever acontecimentos que me digam respeito. Fator de proteção.

Por fim, no amor: viverei um grande amor entre os dezessete e os dezoito anos, muito embora eu ainda não o conheça .Não devo ter pressa no amor.


***Foi um barato, acho que todos nós deveríamos ter a mão lida em alguma etapa da vida, mesmo que não acreditamos nessas coisas, é instigante.

20.4.08

Mentirinhas compulsivas do hipócrita "small talk" da boa etiqueta urbano contemporâneo

- Bom dia . -(Quem realmente intenciona um bom dia ao outro?É raro pararmos nosso dia para pensar nas circunstâncias do dia de um outro).

- Oi,como vai?Está bem?Há quanto tempo!!
- Eu vou muito bem, obrigada, e você?- ( A pessoa está realmente interessada no seu bem estar?E você, realmente está "muito bem,obrigada"?Recuso-me a acreditar..).

-Tudo certo?
- Sim, tudo!Aham! Tá! -( Eu e você bem sabemos que na maioria das vezes não está tudo certo, não!Muito pelo contrário: seu mundo está desabando, você se sentindo miserável e a única alternativa, infantil e retrógrada que você enxerga é chorar.) .


- "Ahtichim!"
- Saúde! - ( Essa eu nunca realmente compreendi..ah!! e quando respondem "Amém" - O quê exatamente significa?!"Eu concordo"? ).

- Me desculpa?
- Está bem, mas.. -( Depois do "mas"virão uma série de demandas e exigências para que a pessoa possa "perdoar"algo que na verdade ela não se dispôs a perdoar e que aquela que pediu perdão provavelmente não estava tão arrependida pelo ato assim...e o ato se repete, e se repete , e se repete...).


- Você aceita?( Nesta aqui, se a resposta for "sim", era um "não ".Se for um "não", com certeza era um sim... quanta repressão..).

- Eu te amo.
- Também te amo. - ( Será?Ainda assim, não todos, não podem ser todos.Continuo a acreditar no amor.Ele traz consigo a verdade).

3.4.08

Carta a Você

Querido Você,


( Cujo nome nem sei,ou talvez sei, mas não ouso pronunciar - o que não impede que eu ainda,todos os últimos dias dessa minha existência conserve a esperança que você exista,por aí perdido no mundo ou até mesmo bem próximo a mim.).

Venho humilde,liberta e pronta,por meio desta para lhe dizer: Não perca mais tempo que eu estou aqui ,agora.Inteira e eterna.Não perca mais tempo,Você , e venha logo ao meu encontro.Ando alimentando seu parecer,Você.Alimento porquê é exatamente isso que fazem os tolos apaixonados ou os sedentos de amor,afeto,compreensão e libido(ainda não entendi como desvincular esta dos três primeiros - mal de minha geração), e sei, parece loucura: eu não lhe conheço ,como então posso apaixonar-me?!Volto a insistir que basta saber de sua existência,porque o que tenho para lhe dar está guardado,Você.O que tenho para lhe dar não se importa com cara,nome,credo ou cor.O que desde já é seu,ainda que não saibas, nem eu sei (ao certo) quem és , é aquela sensação tão gostosa de se flagrar pensando em você,Você; e de sorrir com seu sorriso,de leveza ás faces ao precipitar lembranças dos momentos,de taquicardia, de grandeza em minha pequenez exígua do mundo,de deveneios diurnos,de insônias soturnas...é do campo que a racionalidade explica com hormônios,enodrfinas , seroton,a,b,c,d inas e etc e tal , mas que não se explica em razão das palavras,pois estas seriam restritas demais!

Você, sei que você existe e sei que eu seria a sua "você".Sei também que não és insubstituível, mas o momento o é!Momento ,no momento,tão somente em (meu) pensamento!E que momentos poderíamos ter, Você ,se você estivesse aqui agora.Momentos abençoados por paipoetapoderorso Vinícius, momentos "eternos enquanto durassem"(amém!) até as secas de agosto goiano ou do outono europeu chegando..


Venha, Você.Onde estás agora?(No que pensas?).Estou à espera.

Sua,Paula .

24.3.08

Apelo para ajuda

(será ISTO um poema??)

Não sei pedir ajuda.
Desesperadamente

Doente,
revelar não pude, a vergonha me toma.

Carente,
(mãe,pai,irmãos,amor),veham cá!?

Amigos, para quê vos quero,
se de vocês nem espero que possam estar lá?!

Dúvida me toma,
o orgulho a supera e nela,
permaneço a indagar

Não que eu não ame,
só não antingi demonstrar .

Triste , meu semblante esconde,
não posso estar.

Pré potência, minha essência(?)
Apelo então para :"ajuda!?".

22.3.08

Um moleskine para a viagem

Moleskines têm muito de mim... ( esse daí de cima não conto de onde é...).


Moleskines.Pequenas cadernetas próprias para viagens ou para serem utilizadas no dia-a-dia,feito pequeninos diários.Tenho muitos , todos incompletos - talvez porque eu nunca termine minhas viagens...são muitas tambem: por pensamentos,livros,asas,rodas,pés,barcos....minhas impressões mundandas..meus moleskines...bonito, né?!

16.3.08

Palavras(,) para começar

Entre tantas histórias,livros,canções e contos, a menina logo tomou gosto pelas palavras ( e pelo silêncio - ausência dessas), tanto as escritas,como as faladas.Dentro do alcance financeiro da época, seus pais encheram a casa de livros com imagens coloridas e enredos variados para os três filhos (ela era a do meio).Desde Ruth Rocha até Irmãos Grimm,Ana Maria Machado e títulos infantis de Clarice Lispector; gostava em particular desta ( com quem no futuro retomaria os laços),sobretudo de um chamado "A vida íntima de Laura".

Além dos pais,da irmã e de interlocutores anônimos,a criança gostava de saber da avó materna,formada em Letras pela PUC, novas palavrinhas ( palavrões também), em línguas estrangeiras para depois se exibir entre as coleguinhas do primário.Da avó paterna,que morava distante do Rio, recebia cartas - as quais lhe facinavam, já que não sabia ler.

Aos seus cinco anos e meio de vida, o pai fora tranferido e a família se mudou para NY.Ainda não alfabetizada em sua língua mãe, a garota acabou por sendo - o em inglês.Naceu aí um novo mundo, novas palavras- agora ao alcance de seus dedos e imaginação.Passados três anos, voltaram ao Brasil, para Goiânia.Como frequentar a segunda série do fundamental sem saber ler nem escrever em português?!Lendo e escrevendo,ora!Então,assim (ela) se fez.Depois de instalado o vício (e a verve), não parou mais.Seus cadernos , diários e rascunhos lhe servem hoje e sempre de máquinas fotográficas de frases ( que imortalizam o tempo e as impressões mundanas em preto e branco) e sobretudo de refúgio, feito curativos para a dor que há em crescer.

As produções fundiram-se com as ambições, mas não é pretensiosa:sabe que sabe pouco, mas disto não sabe.. é convicta: as palavras compõe este, o dela e os outros 7.5 bilhões de universos.Para ela não há nada mais recompensador em poder (se) compor através delas.

A menina chama-se Paula.Prazer.


Nota: Paula , do latim: pequena.