2.8.10

Para Fernanda

Cara Fernanda,

Primeiramente, como vai você? Diga-me - se quiser ..e quando quiser.. como é a sua vida? Garanto que eu vou ouvir/ ler.
"Fernanda" me é um nome muito querido, não sei se você sabe. Nutro um carinho especial por todas as Fernandas que participam ou já participaram da minha (breve) vida. Há tempos, em um momento ciclotínico que me ocorre vez ou outra - no qual brota em mim um intenso desejo de maternidade - embora não esteja em meus planos ser mãe tão cedo, eu decidi que caso eu venha a ter uma filha, gostaria que ela se chamasse Fernanda. Por quais razões? Ora, Fernanda significa guerreira e, acredito que para se nascer em um mundo às vezes tão hostil, é preciso nascer batalhador,acreditar em algum ideal remanecente que seja.." é preciso estar atento e forte, não temos medo de temer a morte". No fundo, talvez eu inveje em certa escala essa força bela atribuída às Fernandas, pois eu, apesar de toda a cena que performo, não me sinto assim tão forte, assim tão bela, assim tão confiante ..assim capaz. Ademais, Fernanda é um nome muito bonito, muito sonoro.. é macio de pronunciar.. é perfumado com notas amendoadas e tem as cores de um fim de tarde - na minha concepção, obviamente.

Hoje, porque acordei inspirada, porque queria fazer bem a alguém desconhecida , porque desejei em certo momento ser também Fernanda, porque temos coisas em comum e porque eu precisava escrever sem nexo frases de desabafo à alguém que não me conheça ( menos sucetível a ser tendencioso)... eu decidi escrever este post em sua homenagem. Não é certo que você o lerá. Aliás, eu nem sequer sabia que você me lia eventualmente, pois você nunca comenta, se não fosse pela Luíza - que é, à propósito, uma das nossas "coisas em comum".Epero que você tenha gostado dos meus textos e que eles te tenham inspirado de alguma forma - como hoje você me inspirou. A inspiração não se refere somente à carta, mas a uma mudança de atitude que eu vinha retardando procrastinamente. Sabe, Fernanda... em dado momento eu acreditei que passar no vestibular seria a solução para muitos dilemas. Não foi. Eu gosto do meu curso - Administração.. e a FGV é uma excelente faculdade. Acontece que eu não me contento com isso e às vezes sinto que estou ainda muito perdida e me esvaziando cada vez mais.Me sinto icompleta. Eu tenho uma enorme necessidade de criar. Se fóssemos analisar isso do ponto de vista psicológico.. veríamos, como já me foi constatado - que a necessidade de criar é a expressão de um desejo, que nada mais é do que a manifestação de uma carência.. de uma falta. Assim, vemos que eu sou cheia de faltas.. de falhas.. de imperfeições . "Que bom!" -poderia eu pensar - prova que sou humana!

Ao mesmo tempo,contudo, eu tenho um temperamento um tanto autocrítico e perfeccionista - que se acentua quando estou me sentindo insegura ( e nos últimos meses, acredite, tenho me sentido extremamente insegura, autocrítica, vulnerável e julgada).Eu sou também muito reservada e observadora. É aquela história de ser sólido ou não. Não que eu seja assim infelixível. Eu vou tentar explicar. É assim: quando temos confiança e estima em nós e uma personalidade já mais ou menos formada e segura.. somos mais sólidos e resistimos à opiniões alheias.. é como se fóssemos menos influenciáveis.. mas nada nos impede de sermos sólidos "esponjas" ( afinal.. conviver com e absorver o diferente é algo que muito me agrada).. agora que se ainda estamos nos achando ou se mudamos de opinião mais facilmente para agradar ao outro, mesmo que inconscientemente.. somos mais líquidos.. mudamos melhor de forma... há pessoas que também de tão mutáveis e de natureza expansiva são gases. Não cabe a mim dizer se há um estado melhor ou pior.. e, sinceramente..acredito ser todos eles. Ultimamente me sinto como vapor.. o lado ruim é que de tanto (tentar) me expandir.. acho que em momentos me comprometo.. não sou tão mais eu.. e simplesmente para estar às expectativas dos outros ou me sentir aceita.. questiono até que ponto isso é bom.

Cansada um pouco de me comprometer dessa forma, resolvi que iria guerrear por mim.Me reencontar, ou mesmo me reinventar. Não vou mais me criticar tanto - pensamento negativo realmente atrai coisas negativas. Encarar o dia a dia tão maçante com melhor humor é uma forma de assumir um novo compromisso comigo. Também vou me cuidar mais .. acho que devo gostar mais de mim - há tanta gente que gosta - não quero mais ficar me perguntando "Mas, por quê?" .. como se não houvesse o que gostar. Gostar mais do meu corpo também e não ficar tão paranoíca se ele está dentro dos "padrões"... afinal.. são estas pernas que me fazem caminhar e chegar aos muitos lugares que tanto amo visitar e ainda pretendo visitar.. são esses braços que abraçam tantas pessoas queridas, tantas causas.. é esta barriga que talvez no futuro carregue a "minha Fernanda".. são estes olhos que me permitem ver esse mundo tanto gosto de descrever! Eu verdadeiramente deveria gostar mais do meu corpo! Por fim.. quero ser menos ansiosa e aproveitar mais pequenos instantes... quero fazer mais as coisas que gosto que fazer. A começar por escrever!

A você, Fernanda, desejo que um dia nos encontremos. (Sinto que lá sim estarei um pouco envergonhada por ter escrito esta carta - um pouco sem sentido, convenhamos..)Desejo que seus projetos dêem certo. Que sendo você sólida, líquida ou gasosa.. que você não se perca como eu venho me sentindo perdida.. ou que , caso se perca.. se encontre. Aqui, quando precisar, saiba que poderá me encontrar.

Um forte abraço,

Pequena.

14.6.10

6X1

Nota: Os direitos autorais do presente artigo foram transferidos da autora para o jornal estudantil 'O Estudante' da EBAPE-FGV (Rio de Janeiro - RJ) de fins não lucrativos. Foram feitas apenas algumas modificações.

A Copa do Mundo de Futebol já começou, mas não — esse não é o placar do próximo jogo do Brasil. Tampouco (ainda, pois há sempre esperança), “a Copa do Mundo é nossa”. Podemos, contudo, afirmar com atávico orgulho de sermos brasileiros: “conosco não há quem possa”, pelo menos não “mais”.
O presente artigo refere-se à aprovação da lei complementar “Ficha Limpa” pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 4 deste mês por seis votos a favor e somente um contra. Agora, a “nova” lei veda o registro de candidatura eleitoral aos políticos condenados na Justiça por crimes graves — entre eles: cassação do mandato, crimes contra a vida, crimes dolosos, crimes contra o meio ambiente, tráfico de drogas, abuso de poder econômico e improbidade administrativa. Outra modificação significativa é a ampliação do período de inelegibilidade de três para oito anos. Igualmente, vale destacar que o político que tentar renunciar ao mandato — ou, popularmente falando: “sair pela tangente”- como forma de preservar seus direitos políticos não obterá êxito.
A princípio só foi estabelecido que a lei vale para as eleições deste ano. Os demais itens, como a incongruência com o princípio da “não culpabilidade” presente na Constituição de 1988 ou a possibilidade de potenciais candidatos “sujos” poderem recorrer ao Supremo Tribunal Federal (sob o julgamento de um colegiado de juízes e não um único), entrarão na pauta das agendas a serem debatidas esta semana.
A despeito (preservando todo o respeito) dos “detalhes” do processo de votação e dos argumentos da oposição (alguns inclusive pautados em princípios constitucionais, portanto plausíveis), bem como das frustradas tentativas de alguns parlamentares em desvirtuar o texto original do projeto, é preciso enxergar além. É preciso sublinhar o valor moral deste “passo político” para o País, sobretudo para a sociedade civil. Afinal, foi por meio de uma mobilização popular que o antes projeto de lei chegou ao Congresso com uma voz forte, imponente e audível aos nossos deputados. Foi a sinergia entre 44 organizações ligadas ao Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral ( MCCE); 1,6 milhão de assinaturas iniciais e mais de 4 milhões de assinaturas virtuais que a atual geração de jovens pôde presenciar e participar de uma mudança de iniciativa genuinamente popular no País. Jovens usual e injustamente taxados de alienados e indiferentes à política, porém que provam ser dotados de consciência nacional —não só no que diz respeito ao futebol.
Como prevê a Constituição Federal, a democracia representativa deve co-existir com a democracia participativa, bem como que a soberania popular será exercida pelo voto universal, direto e secreto — com igual valor para todos — e, nos termos da Lei, mediante plebiscitos, referendos e, mais importante, iniciativas populares. No que tange a Iniciativa popular legislativa com relação à elaboração de projetos de lei por parte de pessoas civis é exigido que o projeto seja subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado, em a partir de cinco estados distintos e com pelo menos 0,3% dos eleitores em cada um. Ainda diante de tantas exigências (quiçá limitações), foi possível o cumprimento das mesmas e a
superação das expectativas, prova de que juntos, somos sim capazes (por mais clichê que isso possa soar). Assistimos à abertura de uma janela, de uma porta ou de um portal, quem sabe, oportunos para a remodelagem nos próximos (quatro?) anos dos preceitos constitucionais referentes à democracia de participação popular na elaboração das leis. Do povo para o povo. A “seleção” começa ontem, (no melhor do estilo retroativo, sim)! Quem serão os convocados?Vocês; futuros administradores, economistas, advogados e cientistas sociais; se habilitam?Aliás, vocês... brasileiros, se habilitam?

6.6.10

What happend to us?

I never tought, although my writting is quite personal, intimate actually, I´d write something about myself - with no costumes or storys to mask it all up.
Have you ever had the feeling, when looking at yourself in the mirror (a glance,say), that you where someone quite different from the "you" you used to know? A stranger even?As if you had took a huge distance from your old(est) "you"?Have you ever felt that you didn´t know you anymore? Thus, you timdlly ask : "what happend to me?How did I become the person I am or fail to be?"It´s scary not to know the answer.It´s scary to feel you´ve grown apart from your essence.Evolution implies change, not (self)treason.
For the last few days I´ve had the gift of the company of two friends from the past, two of my best and oldest friends.As I spent time alongside them I realised how much I had changed- for the good, but also for the "bad" (or at least not into something I´d like to).These tougths are still a bit confused on my mind. I guess I´ll let them sit still for a while before trying to write about them again. Meanwhile,I ask myself: "What happend to us?To me?"

18.2.10

Por que no Brasil tudo não pode ser "Carnaval"?

A morosidade das filas, a burocracia extenuante, o quase total fracasso dos sistemas públicos de saúde e educação, a robalheira indiscriminada dos políticos corruptos diante de nós, os maiores lesados,vestidos de expressões de indignação e inércia - se essas e outras situações não lhe são indiferentes (ou são, né?) - você é definitivamente brasileiro, meu caro!Afinal...são "essas e outras situações" que afetam (e irritam) à nós brasileiros.Certo?E, como primeira prova de inconformação com nosso prórpio país soltamos frases como: "No Brasil tudo é uma Festa!", "Brasil, terra de ninguém." ou "No Brasil tudo é futebol e Carnaval!".No entanto, esperem... pensem bem: quem nos dera tudo fosse como futebol ou Carnaval!Que maravilha seria!

A cada ano,dotada da minha observação apurada e detalismo inato, ao assistir aos desfiles de nossas escolas de samba, para além das outras comemorações carnavalescas organizadas e distribuídas pelo país, fico impressionada com a organização à eles aplicada e a seriedade aplicada à esta. É claro que também aprecio todo o caráter fantasioso,festeiro,carnal da coisa, mas quero hoje chamar atenção para a administração daquela que é a nossa maior festa popular.

Todos os envolvidos se entregam sinergicamnete aos preparativos para que a festa aconteça de fato.É bonito de se ver. O esmero, a precisão,a dedicação a seriedade e o compromisso de cada um são essenciais para o "dar certo" final.Agora, vocês já pensaram, queridos compatriotas, se todo esse esmero, essa precisão, essa dedicação e essa seriedade fossem igualmente aplicados à outras esferas administrativas do país e adotadas na conduta de cada cidadão brasileiro?E o gingado e o rebolado das passitas...Se estes fossem um maior "jogo de cintura" para o país se adaptar às exigências de um que quer se tornar competente e competitivo à nível mundial?(Reconheço que isso já se vem fazendo).E se a passividade,graça e paciência da ala das Baianas fosse transferida ao nosso povo - para que possamos emfim entender que mudanças eficazes só se efetivam à longo prazo? Aí sim, Carnaval nenhum teria fim. Teríamos sempre e mais algo a comemorar e do que se orgulhar.A Festa seria levada à sério (e sem aquela seriedade nórdica - afinal... nossa identidade pauta-se na alegria, não é mesmo?).Cinzas?Só as da miséria,da precariedade e da corrupção que um dia nos assolaram. Fica aí um (samba-)enredo para o(s) próximo(s) ano(s).Carnaval esse ano já foi..e levou junto nossa desculpa para as coisas não funcionarem.Bola pra frente.

9.2.10

Por sorte nunca estaremos prontos.

Não estava pronta para nascer e, no entanto, prematuramente nasceu. Nem seus pais estavam prontos para serem pais e, errônea e amorosamente, o foram.
Não estava pronta para o amor.

Não estava pronta para andar, tanto é que caiu e levantou inúmeras vezes antes de se equlibrar nas duas pernas.Não estava pronta para falar.No começo balbuciou coisas imcompreensíveis que a mãe, a avó a as tias achram lindo.Depois falou.Alguém não estava pronta para seu primeiro dia de aula (nem para todos os seguintes).Esse alguém era sua mãe que vivia alí o segundo de tantos outros partos e não podia se conformar com o despachamento de sua cria.Ou era ela,insegura, que no instante era ela mais a barra da calça da mãe - fundidas em uma só.
Não estava pronta para as primeiras amizades, nem para as mordidas,beliscões e choros que "viennent avec".Não estava pronta para somar, subtrair,dividir nem multiplicar, nem para um universo tão grande como o das palavras. Mas se saiu (bem).
Não estava pronta para as primeiras mudanças que chegaram sem nem mesmo lhe dar aviso,curvando-lhe o corpo que por consequência começaria a curvar cabeças do sexo oposto.Era o primeiro e talvez o único infantícídio que assitira - o seu própio - e não estava pronta para abrir mão da liberade,das bonecas, do riso solto, das horas vagas.Mas se conformou e ainda que não pronta, com coragem ,altas expectativas e pressa.. encarou o luto da infância e mergulhou na pré-adolescência.
Não estava pronta para o primeiro beijo - tanto não estava que foi aquela coisa estranha,nervosa,sem saber muito o que fazer com as mãos, a língua e etc.Dentes,saliva,aparelho, condensados por um certo desconforto e ansiedade para com a performance (mais do que com o prazer próprio) que resultaram em um dos episódios mais marcantes - a ser guardado com carinho e constrangimento.Certas coisas aprenderia com a prática.

Não estava pronta para as escolhas, nem para os rótulos. Não estava pronta para se levar á sério. Não estava pronta para relacionamentos sérios.Não estava pronta para a dor.Não estva pronta para sua primeira vez. Não estava pronta para o gozo nem o prazer.Todavia levou-se,rotulou e escolheu...deu (no que deu).

Ainda não pronta para a paixão,se apaixonou.

Não pronta para a juventude adulta,terminou de adolescer.Não estava pronta para a faculdade, mas entrou. Não estava pronta par gostar ,e, não é que gostou?Não estava pronta para maior liberdade.Presa, se libertou.Não estava pronta para o trabalho, nem para errar com submissão, mas errou.Não estava pronta para a glória, o sucesso nem o reconhecimento.Não estava pronta para acreditar(nem em si). - Acho que mesmo no fim,verdadeiramente ele nunca acreditou.

Não estava pronta para o compromisso.Comprometeu-se.Não estava pronta para dividir o teto,os sonhos,os planos,as perdas,as contas e a cama.Porém dividiu.

Não estava pronta para o mundo.Nem o mundo estava pronto para ela, mas se encontraram.

Como seus pais, não estava pronta para ser mãe.No entanto o foi "errônea e amorosamente". Não estava pronta para o parto, nem para os que seguintes que viriam, mas deixou partir. Não estava pronta para abnegar ,mas abenegou. Não estava pronta para abdicar.Abdicou.Não estava pronta para o medo e se assustou.Não estava pronta para brigas.Brigou.
Assim seguiu sua vida.. nunca pronta para ser vivida - ainda que isso não a impedisse de vivê-la, pois sabia que vivendo se está sujeito à erros e acertos.Movida à medo,coragem,curiosidade e entrega..ela viveu.

No seu leito de morte, mas do que nunca não se sentira pronta.Pronta para morrer(?), pois ainda não realizara tantos outros desejos e objetivos que em vida não havia se julgado pronta(o suficiente).A espera matara-a.À espera do estar pronto(estamos).

4.2.10

O "não escrever".

O mais difícil em não escrever é o tempo que um despende não se escrevendo e o sentimento de fracasso que vem de rebote.Quando se atinge , mesmo que em termos de “auto-denominação” o santo grau de qualificação de “escritor”ao não escrever um é tomado pela sensação de fracasso na (única,talvez) missão à ele destinada e, de quebra,sente ter decepcionado uma legião de leitores ( seria mais fácil se fosse mesmo uma legião, e um tanto sadio para a auto-estima do referido “escritor” ..ao invés de tão somente uma média de cinco comentários por post.). Talvez eu estivesse enganada quanto à escrever bem, talvez eu acreditei demais – traindo ao meu prórprio princípio de sempre desconfiar de elogios(ponto).Correção:de sempre desconfiar
(ponto).-nos elogios que me fizeram.Vejo que às vezes ando armada por demais.

Em seguida vem a escolha do tema. MEU DEUS, como é difícil.A verdade é que eu, pelo menos, sempre tenho algo sobre o quê escrever.Aliás, aqueles próximos à mim sabem que ando sempre com um moleskine ( ou um pedaço de papel que seja) e uma caneta na bolsa, caso minha inspiração rebelde resolva aparecer em momentos (in)oportunos.Seguem alguns exemplos de coisas sobre as quais gostaria ( e ainda vou)escrever: velhos(sim, pessoas idosas..terceira idade, melhor idade), sexo (acho que ainda não escrevi por puro constrangimento), a infidelidade que cultivamos a nós mesmos (é, sobre como tentamos sempre ser alguém que não somos..como nos reprimimos, como engolimos, como vestimos farsas para agradar olhos alheios),sobre o medo,sobre o fracasso,sobre a grandezas, da dificuldade do término das coisas, sobre minha relação com as palavras, sobre minha relação com Clarice Lispector ( aí demorarei muito, pois acho que nunca estarei pronta), sobre o “estar pronto”, sobre a França, sobre viagens, sobre a infância, outra receita –desta vez ;”Fondant au Chocolat”! (é a que servi na última comemoração de meu aniversário..muito embora.. acho que pensei duas vezes..),..etc .

Está bem, confesso, a escolha do tema não é assim tão difícil.O difícil e orquestrar as idéias de forma harmoniosa mesmo.. como em uma sonata.
Muito embora um poeta certa vez já disse que “as notas dissonantes se integraram ao som dos imbécis ”.Tento, embora só, inventar um mundo dissonante.Palavras também podem ser desafinadas ( e ainda belas).

Sabe-se que não se escreveu quando não se compreende quase nada do escrito,quando sente-se que é o fim, sem qualquer identificação de finitude.Escrever não, escrever não acaba.

13.1.10

O primeiro post.. de 2010

" O primeiro é sempre sempre inesquecível, no entanto, meu amor, que coisa incrível.. esqueci nosso começo inesquecível.. la ra la ra rara ra rara" ( salve Bosco!). É que o ano mal começou e tanto já aconteceu.Que continue assim.