19.11.09

Mimetismo de P.

Ser
Pare(ser)
Pade(ser).
Padecer de
Parecer.
Pare!
Pa(re)(de)ser!
Seja.

8 comentários:

Daniel Simon disse...

Poeminha pós moderno legal.

pode(ser) hehe.

Chrystian Borges disse...

Senti uma leve influência nesse poema...

Chrystian disse...

Acho que você precisa de um "Crepúsculo":

"O Crepúsculo significa a busca da própria identidade. É quando aprendemos a diferenciar o que é inerente ao nosso espírito e o que não é. Quando percebemos que é uma ilusão tentar ser o que pensamos que os outros esperam de nós. E reconhecemos que só seremos bem sucedidos quando conseguirmos manifestar plenamente nossas especialidades. É através do ambiente e dos relacionamentos que podemos descobrir quem somos nós. Mudanças de ambiente abrem oportunidades para revelar potencialidades que não conheciamos sobre nós. Pessoas novas afirmam idéias que ficaram isoladas em um ambiente com diferentes valores, fazendo com que possamos ficar mais a vontade para ser o que não nos permitiamos anteriormente.

Este é um momento de introspecção onde estamos em busca de uma melhor forma de expressar à nós mesmos. É como se você pudesse entrar dentro de um camarim onde guardou todos os personagens que você já representou até agora na sua vida, e imagens de papéis que gostaria de representar. E fica se perguntando: - Quantas vezes eu fui eu mesmo. Quantas vezes fui o que os outros queriam que eu fosse ? O que deu certo? Onde eu consegui expressar o que eu gostaria de ser realmente ? Que papel me falta representar? Vai perceber que apesar destes personagens serem aparentemente tão diferentes, no fundo o ator foi sempre o mesmo. Descobrindo um papel principal que na realidade sempre quis representar. Vendo claramente, vai perceber que sempre tentou camuflar você mesmo e que agora não tem mais sentido esconder a si próprio e esse lado que sempre quis ser.

Em síntese mostra o momento do encontro consigo mesmo, no sentido de se auto-identificar, descobrir os seus dons, as suas capacidades, o seu jeito, o que você gosta. É uma carta que diz que você pode colocar em cena o personagem que mais gosta de ser que é você mesmo".

pequena disse...

O mais difícil ao escrever este poema e, pessoalmente, aquilo que mais gostei foi o título. O "p." maiúsculo.. cabe a vocês decidirem o que ele representa.. ou, se continuam sendo.. meras "palavras pequenas".

João Paulo disse...

É difícil ser a nós próprios, assim, tão plenamente. Sempre parecemos um pouco. Talvez não deliberadamente, para confundir os outros, mas inconscientemente, "confundindo" a nós próprios, sustentando uma imagem de "Eu" que temos de nós e que, na verdade, é pouco parecido com o Eu de verdade.

Mas você tem razão: a gente padece de tanto parecer. Parecer é justamente "parar de ser". Acaba criando uma "parede" do ser (adorei o penúltimo verso).

Uma das coisas que tem me ajudado a descobrir a mim mesmo é perceber aquilo que me traz alegria, e investir nisso. Afastar aquilo que não gosto, e ter coragem para dizer "não gosto". E é muito difícil, porque daí eu tenho de contrariar as pessoas, e eu tenho um defeito terrível: querer agradar sempre.

Mas a vida é assim mesmo; a vida é Porreta! (com "p" maiúsculo!)

A gente tem que encarar. :)

Abraço!

pequena disse...

Nossa João, somos dois então.. temos ( ou será que já posso dizer "tínhamos" um defeito terrível) - "querer agradar sempre".

Sim, temos que encarar. =)

Beijo!

Anônimo disse...

seja, precisamos ser sempre para não nos perdemos nunca!

;D

Rafaella disse...

Essas inconstâncias (boas) que vi no seu poema, Paulinha, só me mostram o quanto longe estamos de 'sermos'. A poesia me lembrou MUITO a Lóri, de "Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres" da Clarice, que só podia concretizar seu amor com Ulisses se ela enfim estivesse "sendo".

será que receberemos recompensa quando aprendermos a "ser"? Qual será o gosto de ser?
Pode ser que nem o livro se encerra, quando Ulisses pergunta a Lóri o que ela acha de estar sendo e ela diz: "eu acho...", sem resposta. é uma pergunta!