16.3.08

Palavras(,) para começar

Entre tantas histórias,livros,canções e contos, a menina logo tomou gosto pelas palavras ( e pelo silêncio - ausência dessas), tanto as escritas,como as faladas.Dentro do alcance financeiro da época, seus pais encheram a casa de livros com imagens coloridas e enredos variados para os três filhos (ela era a do meio).Desde Ruth Rocha até Irmãos Grimm,Ana Maria Machado e títulos infantis de Clarice Lispector; gostava em particular desta ( com quem no futuro retomaria os laços),sobretudo de um chamado "A vida íntima de Laura".

Além dos pais,da irmã e de interlocutores anônimos,a criança gostava de saber da avó materna,formada em Letras pela PUC, novas palavrinhas ( palavrões também), em línguas estrangeiras para depois se exibir entre as coleguinhas do primário.Da avó paterna,que morava distante do Rio, recebia cartas - as quais lhe facinavam, já que não sabia ler.

Aos seus cinco anos e meio de vida, o pai fora tranferido e a família se mudou para NY.Ainda não alfabetizada em sua língua mãe, a garota acabou por sendo - o em inglês.Naceu aí um novo mundo, novas palavras- agora ao alcance de seus dedos e imaginação.Passados três anos, voltaram ao Brasil, para Goiânia.Como frequentar a segunda série do fundamental sem saber ler nem escrever em português?!Lendo e escrevendo,ora!Então,assim (ela) se fez.Depois de instalado o vício (e a verve), não parou mais.Seus cadernos , diários e rascunhos lhe servem hoje e sempre de máquinas fotográficas de frases ( que imortalizam o tempo e as impressões mundanas em preto e branco) e sobretudo de refúgio, feito curativos para a dor que há em crescer.

As produções fundiram-se com as ambições, mas não é pretensiosa:sabe que sabe pouco, mas disto não sabe.. é convicta: as palavras compõe este, o dela e os outros 7.5 bilhões de universos.Para ela não há nada mais recompensador em poder (se) compor através delas.

A menina chama-se Paula.Prazer.


Nota: Paula , do latim: pequena.

11 comentários:

Grizzo. disse...

Paula: do tupi, orgulho da mamãe.


eh, super orgulho, jah que supera as dificuldades, e transforma em virtudes.

Amanda disse...

nossa, que história não?
lindo Paula.
esse blog vai ser fantastico.

Amanda disse...

mãe = amanda
aksoaksoaskaoskaos

João Paulo disse...

Só faltava o seu blog, Paula! E duas ou três vezes eu já havia pensado comigo "Poxa, a Paula podia ter um blog só para ela!".

Paula, a Pequena. Com letra maiúscula. :)

Gostei! Você já leu tantas coisas, conhece tantas coisas, e o pior de tudo é que não se cansou disso ainda.

Abraço em pensamento! Fica com Deus.

Ah... Você esteve presente na creche, viu! Não materialmente, mas através de orelhas de coelhinhos... :) Algumas crianças pediram para usar um pouquinho as orelhas, de modo que a magia dos pequenos ainda está presente nesses objetos.

Chrystian Borges disse...

Bem, apesar de conhecer a história, relendo-a assim parece algum conto de um escritor famoso. Mas se não o é, ainda será.
=]
;*

Chrystian disse...

e, ah! Quando quiser passar pelo correio universal, minhas palavras estarão lá.
=]
http://correiouniversal.blogspot.com

Polyana Franco disse...

E é na demonstração de grandeza que a Pequena,se torna um paradoxo.
Do qual seriamos capazes de ficar até o fim nos deliciando.
Do seu silêncio cheio de risos e do seu olhar cheio de encanto.
Vcê se lembra do futuro?
Ora,se os meus pensamentos me levarem para lá,vcê estará entre eles como meu Eterno orgulho.

;@
Paula,do meu coração.

/blogs despertam uma vontade incrível de multiplicação(de outros blogs).
eeeeeeer =~

Anônimo disse...

Paaaula, que coisa m,ais linda do mundo, e vindo de você não poderia dar outra né?
olha, amei de verdade. vc já tá nos meus amigos do meu blog
um beeeijo coisa linda
te adoro
;*

Trovador Lendário disse...

Paula! É claro que lembro-me de você :) Como vai?

E é sim. Sempre é bom escrever. Algumas coisas ditas passam como vento, outras escritas marcam como o passado.

Forte abraço.

Mariana disse...

Engraçado como ler palavras que retratam uma realidade familiar faz com que tal realidade se torne algo distante... Uma janela com as cortinas abertas sobre a vida de algum outro. Foi essa mesma a história? Faz tanto tempo e nem tem tanto tempo assim, acho que sou eu que continuo achando surpreendente esse caráter contínuo da vida, às vezes acho não acompanho muito bem, só sei que vivenciei e compartilhei com você alguns momentos dessa sua história. A nostalgia toma conta de mim. Beijos.

Céu disse...

Nossa. S� por causa desse texto vou vim aqui sempre!!!