É noite.Ela se encontra só na sua cama,no escuro.A cidade dorme.Ele,mudo e poderoso,vem invadí-la.Para depois arrastá-la ao encontro do qual ela tanto foge: aquele com ela mesma.
Não há silêncio pleno.Tampouco há plenitude.Ambos só se encontram na morte,pensou ela.Assim,quando estamos sós,conosco,viemos a nos escutar,a escutar perfeitamente nossos pensamentos,medos,receios,desejos ardentes,raivas e planos.Que como um alarme às cinco e meia da matina vem nos acordar feito tapa na cara e nos levar ao dia,à realidade,à lucidez em seu estado mais primário.Um alarme estridente,denunciante. - Silêncio..silêncio tem som de sirene.E, "alarmante" ele é para nossa condição de seres que vivem,seres que pensam,seres que sentem.
Descobrimos que os demônios não vivem do lado de lá,eles se enterram profundamente onde podem se esconder e é nesses silêncios noturnos é que eles saem e aparecem para nos assombrar.Dentro de um cofre ou no fundo do oceano,imersos no líquido mãe,ainda nos sentiremos vulneráveis."Todos nós temos cicatrizes,mas nós não gostamos de mostrá-las",nem de vê-las.
De medos e cansaços,ela depois endormeçe.
E acorda,vai viver de novo o dia e a noite.
2 comentários:
cara, que top.
adorei o "silêncio tem som de sirene" no meio do texto. perfeitamente encaixado.
espero poder postar algo em breve.
beijos de saudade.
=]
Profundo...
Eu sempre achei e acho que há um mistério no silêncio.
Bom texto.
Parou de postar porque?
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